sexta-feira, 23 de abril de 2010

O dia em que fui mais preconceituoso que a minha mãe

Era nove e meia da noite quando eu e a minha mãe estávamos a descer uma grande rua. Enquanto ela fica a olhar para uma montra de uma loja de sapatos durante vários minutos, eu reparo num casal que descia e subia a rua deserta. Pareciam ser turistas, não só pela forma de vestir, mas também porque pareciam perdidos e deviam ter a esperança de encontrar a solução para o problema deles ao decorar as pedras da calçada.
Quando a minha mãe decide, finalmente, largar a sua intensa observação por sapatos começamos a descer a rua e comento com ela que aquele casal andava ali a descer e subir à rua a imenso tempo. Ao que ela me pergunta a que casal eu me referia. Ao olhar para baixo, o casal de supostos turistas são as únicas pessoas visíveis. Mas ao olhar para cima, vejo os dois homens que tinham acabado de passar por nós. Ao que a minha resposta surgiu de forma rápida:
- É óbvio que é o casal lá em baixo, as pessoas que passaram por nós eram dois homens.
Ela respondeu-me de forma simples e descontraída:
- E qual é o mal? Não podem ser um casal?
Não lhe respondi, mas fiquei com um sorriso parvo durante quase uma hora.

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