segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dance in The Dark

É só impressão minha ou o novo programa da Sic - Achas Que Sabes Dançar - é uma bela forma de conhecer gays, saber os seus nomes, idades e até atributos?

Tenho muito que pesquisar... Adeus!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O dia em que fui mais preconceituoso que a minha mãe

Era nove e meia da noite quando eu e a minha mãe estávamos a descer uma grande rua. Enquanto ela fica a olhar para uma montra de uma loja de sapatos durante vários minutos, eu reparo num casal que descia e subia a rua deserta. Pareciam ser turistas, não só pela forma de vestir, mas também porque pareciam perdidos e deviam ter a esperança de encontrar a solução para o problema deles ao decorar as pedras da calçada.
Quando a minha mãe decide, finalmente, largar a sua intensa observação por sapatos começamos a descer a rua e comento com ela que aquele casal andava ali a descer e subir à rua a imenso tempo. Ao que ela me pergunta a que casal eu me referia. Ao olhar para baixo, o casal de supostos turistas são as únicas pessoas visíveis. Mas ao olhar para cima, vejo os dois homens que tinham acabado de passar por nós. Ao que a minha resposta surgiu de forma rápida:
- É óbvio que é o casal lá em baixo, as pessoas que passaram por nós eram dois homens.
Ela respondeu-me de forma simples e descontraída:
- E qual é o mal? Não podem ser um casal?
Não lhe respondi, mas fiquei com um sorriso parvo durante quase uma hora.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A primeira mulher



Hoje, a Mary Blair, regressa as prateleiras de DVD´s, em Portugal.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O vento sopra e eu não me movo

Nos últimos dias têm surgido notícias sobre os fãs dos Tokio Hotel que se encontram acampados no Pavilhão Atlântico. Essa decisão dos fãs da banda tem dado azo a várias atitudes: gozo, paródia, insultos e até ataques. Mas o que eu realmente queria dizer sobre este assunto, é que, também eu, tenho um sentimento em relação aquelas pessoas: inveja.

Eu gostava de estar, nem que fosse umas horas, ali a berrar e a amar tudo como eles estão. Entendam que eu não sou fã da banda e até acho que nunca ouvi uma música inteira dos Tokio Hotel. A minha inveja é daquele amor cego.

Sem problemas consigo afirmar que nunca vou sentir amor por alguém que não faz parte da minha vida de forma viva (e por viva, entenda-se comunicação mútua). Mas começo aos poucos a achar que mesmo de forma viva nunca irei amar. Ou pelo menos como os outros. Porquê que eu não berro? Porquê que eu não sofro por preocupação por alguém? Porquê que eu não penso primeiro noutra pessoa para além de mim?

Eu sou um pedra. Um pedra que nunca amou ninguém para além de si mesmo. Mas continuo a desejar ardentemente aquele "agir". Um agir natural, sem pensamentos.

Se alguém me diz que ainda tenho muito tempo para amar, o conselho (ou pena) está certo e errado. Tempo eu acredito que ainda tenha, mas será que o amor será o mesmo? Os dias passam e acho que a capacidade desaparece cada vez mais. Cada vez sinto menos algo a pulsar, e mais algo a pesar.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

sábado, 20 de março de 2010

Manta velha

Hoje digo adeus a minha estação preferida do ano.

Adeus união. Olá movimento e liberdade.

Acho o Verão uma época para ser mais nostálgico.

sexta-feira, 19 de março de 2010

O poder absoluto da canela

Gostam de doces?
Existe um doce português (será que é originário de Portugal?) que está normalmente presente em ocasiões de festa, o habitual e gostoso leite creme. Uma receita simples, fácil, mas muito boa. Um prato de leite creme é algo a que não consigo resistir. No entanto, nunca coloco canela.
Quando estou noutra casa que não a minha, a pergunta costuma ser habitual: "mas não gostas com canela? Devias provar que é muito bom.". Eu já provei e não gosto. E reparem, eu adoro canela. Apenas acho que quando se junta leite creme com canela, estou apenas a saborear canela e o sabor do creme desaparece.

Desaparecida está também a minha ideia que a comunidade gay era muito unida. Eu sempre pensei isto porque no meu mundo ainda é algo muito reduzido e entendo como uma pequena população arrumada a um canto que se une por falta de opção. Mas com o passar do tempo, vejo que essa população está crescida, formada e organizada. Pelo pouco que entendi existe os "gays masculinos" e os "gays femininos", ou seja, os(as) homens/mulheres que tem características do sexo oposto ou os que seguem os padrões do seu género. Se calhar até aqui eu talvez já tenha chegado sozinho, no entanto constato que eles não se dão muito bem. São como o irmão mais velho e o mais novo.

Com todo este novo mundo para descobrir, entendi que o amor também começa (quem é que eu quero enganar?) a mudar. Se alguém diz que se consegue apaixonar por homens/mulheres apenas está a dizer por alto como é o seu poder de amar. Porque na realidade no acto de fazer o pedido, vai pedir todos os condimentos, todas as especiarias e todas as iguarias que acha ter direito. E quando falta um bocadinho de salsa o prato já não é o mesmo, e a capacidade de amar desaparece.

Isto tem de curioso na mesma quantidade que tem de assustador. Porque muitas vezes, nem a pessoa com o maior paladar do mundo consegue notar todos os ingredientes de um prato. Mas, imaginemos, que descobre passados anos que aquele ingrediente sempre esteve ali. O que fazer? Vomitar todas as refeições ou continuar a fazer o que sempre fez, que foi amar e apreciar aquela incrível refeição?

Quanto a vocês não sei, mas vou continuar a comer leite creme sem canela. No entanto, os jesuítas vou comê-los, sempre que possível, com canela.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Avalanche de mudanças [2]


Já foi no Verão de 2007... Não foi bem uma novidade, mas ainda foi uma queda acentuada. Talvez porque antes existe uma viagem até à infância e estou sempre a viajar até lá.


quarta-feira, 10 de março de 2010

Avalanche de mudanças

Eu acredito na força de acreditar.

A força de um sonho só fica completa se nós próprios acreditarmos na sua realização.
Mas das coisas que mais "gozo" me pode dar, durante o processo de ver ou viver um sonho, é a mudança. É ver o rapaz que anseia por uma namorada que o ama a chegar, é ver a rapariga que secretamente que ser mecânica a tirar o curso. No fundo, é a altura onde as coisas más desaparecem (ou ficam retidas) e o sonho se realiza. Há sempre uma mudança. E é disso que eu gosto. Até porque antes do baile, existe sempre a criação do vestido.

Mas para chegar a essa "mudança", podemos encontrar vários caminhos. Um que gosto particularmente é os "buracos". Vocês sabem... aquela sensação que caímos num buraco quando nos apercebemos de algo e ficamos arrasados no bom ou mau sentido. E esses "buracos" podem surgir de onde menos esperamos. De uma amiga que nós conta o que se passa na vida dela e acabamos por perceber que julgamos mal alguém sem saber o que realmente se passa, de um filme que nós leva para outra dimensão ou até mesmo uma noite deitados na cama a olhar para o tecto onde chegamos a uma conclusão inesperada.


domingo, 7 de março de 2010

O meu bem mais precioso

É Tim Burton com Carrol e não a versão de Burton de Carrol. Eu gostei muito de Alice in Wonderland.




Aqui a uns anos atrás, decidi guardar a minha "muticidade" dentro de uma chávena com um pires por baixo. É uma espécie de EU pequeno.
Por vezes vou ver como está a chávena. Existem dias em que adoro a experiência e outros em que tenho grandes discussões comigo mesmo.
A única coisa que desejo é não perder a minha origem.

terça-feira, 2 de março de 2010

Dúvidas fora do Cofre

Desde a ano e meio para cá que noto algo de diferente em mim. Se tenho uma tarde inteira para estudar chego ao fim sem ter estudado nada. Preguiça , pensam vocês. Mas acho que não. Porque eu não estudo para ir fazer outra coisa. Eu não estudo para não fazer nada. E isso para mim é um desperdício de tempo.
Eu explico: se eu chegar ao fim do dia e tiver apenas visto um filme, acho que o dia já foi bem empregue. Usei o tempo de forma insuficiente, mas usei. Agora ao que me refiro como "diferente", são os dias em que não faço absolutamente nada. Quer obrigações, quer diversões.
São dias de simples vegetação, onde nada de interessante acontece. E na maioria das vezes, não é por falta de coisas com interesse. É falta do meu interesse nas coisas.

Será que são consequências do passar dos anos? Tenho medo de perder o entusiasmo nos meus gostos.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O perigo de cair para o outro lado


Tenho que confessar que não sou muito obcecado por espelhos. Obviamente que se passo por um, olho durante 2 segundos para mim, só para perceber se está tudo bem. No entanto, acho que o espelho é como um objecto mágico, ou pelo menos consegue ter simbologia para tal.

As formas e os feitios de um espelho podem ser diversas. Com bom gosto, um espelho pode ser um objecto decorativo muito interessante.

Mas afinal qual é a principal função de um espelho?

Para mim é ser um objecto pessoal. Sempre pessoal. Quando olhamos para um espelho vemos o nosso reflexo, mas se nós atrevemos a ver o de mais alguém, estamos apenas a julgar e nunca a reflectir. E isso já não é um espelho.

Por alguma razão, os espelhos reais, não falam.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Dar a volta ao mundo

Acho que falar com outras pessoas sobre assuntos ligados a minha orientação sexual, seria algo produtivo. E a falta de melhor, lembrei-me da internet.

Para além da criação do blog, tentei ir a uma sala de chat. Confesso que foi a primeira vez que usei um chat gay (já tinha usado chats, mas com amigos heteros). E como eu já esperava (embora não totalmente) aquilo é o caos. Limita-se a ser um tentativa de falar sobre sexo ou até ter encontros sexuais. Não tenho nada contra isso, mas digamos que se é algo por escrito seria de esperar que as pessoas quisessem falar. Afinal não.

Existem como é óbvio as perguntas de praxe sobre o local e idade. O mais engraçado é que ser de um local distante de alguém é como ter uma doença mortal. A conversa acaba ali ou ainda recebo um sugestivo "longe..." e termina.

Gosto também dos nicks utilizados que são sem dúvida uma peça de publicidade. Em poucas palavras tentar transmitir o máximo (essencial, pensam eles). Tentei com alguma dificuldade dizer "olá" (evitem o acento no A, porque dá a ideia que são velhos, não me perguntem porquê) aos nicks que não pedissem ou oferecessem algo e tive algumas conversas.

Numa conversa perguntaram-me se eu gostava de "debdsm" que me pareceu ser nome de uma banda, mas com preguiça de ir ao Google ver, perguntei o que era ao que me responde " se gostas de ser dominador", o que se seguiu de uma explicação do prazer sobre pontapés em outras pessoas e ainda o facto de ter um local para mim e ele fazermos aquilo. Curioso.

Consciente que estava no local errado (embora admita que é bom para rir), decidi sair do site e fechar as janelas todas. Quando vejo a última (precisamente a última para fechar) de um rapaz que disse que queria conversar. Ele pareceu-me curioso em mim, mas como também só sabia dizer "porque" e "ok" deixei de falar com ele. Mas ao fechar a janela vi que antes dele abandonar a sala tinha deixado lá o mail. Não sei se vou falar com ele, mas achei giro. Um certo ar misterioso.

(ao reler o post noto que dá uma ideia de eu ser um padre chocado e "secante". A quem achar isso, espero que entenda realmente o objectivo deste post)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Introdução

Quem és?

Sou um rapaz de 19 anos, gay e com a mania de falar muito de si próprio. Mas sinto que só com o blog vou conseguir dizer tudo, sem problemas.

Como chegaste à blogosfera?

Numa pesquisa que fiz a uns meses atrás, descobrir o My Other Side e fiquei incrivelmente feliz com tantas coincidências entre duas pessoas. E a partir daí descobri "a comunidade" de blogs de gays que há em Portugal e comecei a ser leitor regular. Aliás, vou acrescenta-los aos links em breve.

Porquê criar um blog?

Sem dúvida, que conseguir desabafar com "alguém" sem vergonhas de nada é uma razão muito forte. Mas há algo que fez criar este blog, acima de tudo. Gostava que alguém que um dia descubra este blog entenda que não vive num planeta ao qual não pertence. Se existir uma pessoa no mundo que com este blog entenda que não está sozinho por causa das suas preferências, eu já fico feliz.

Quem é que sabe que és homossexual?

Ninguém. Apartir de agora, sabe que ler este blog.

Portanto, nunca "tiveste" com ninguém?

Tecnicamente não. Já houve algumas brincadeiras inocentes, mas nada de outro mundo.

Qual é a qualidade de que mais te orgulhas em ter?

A boa disposição. Normalmente é o que surpreende os outros e, as vezes, até a mim próprio. Digamos que por muitas coisas más que apareçam não vou abaixo, e consigo rir-me de qualquer situação, não sou daquelas pessoas que acham que há assuntos sagrados dos quais é impossível gozar. Arranjo sempre forma de ver o lado engraçado das coisas, nem que seja por ser apenas uma desgraça.
No entanto, não tenho a certeza se vou conseguir transmitir esta característica através da escrita. Não só porque gosto de usar ironia, mas também porque o blog serve para desabafar e mais depressa vou vir cá a dizer mal de alguma coisa do que bem.

O quê que os teus pais acham sobre a homossexualidade?

Bem, a minha família ainda é muito tradicional nessas coisas. Para eles os gays servem para fazer rir em séries de tv e coisas assim. É algo de outro mundo que nunca irá acontecer perto deles... pensam eles! Espero um dia lhes contar, mas para já parece impossível. Vivo com eles e prefiro um ambiente saudável em casa. Já basta quando há discussões sobre outras coisas.

Já tiveste uma namorada?

Não... agora que penso nisto eu pareço um anjo (risos).

Queres ir sair?

Estava a ver que nunca mais perguntavas (risos).

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Entrevista feita por este rapazinho vi na cam4:



Ele na foto não é tão bonito como de frente. O sorriso dele mata qualquer um! Acreditem. Ele era da Colombia, tinha 18 anos e não revelou o nome, mas para mim têm cara de Miguel.

P.S. Eu não trabalho no Pingo Doce, pode parecer uma informação pouco importante, mas nesta "comunidade" faz sentido. No entanto, o menino do Jumbo do ParqueNascente é alguém que gostava que tivesse um blog.